quarta-feira, 23 de novembro de 2022

VOCÊ SATISFAZ AS EXPECTATIVAS DE QUEM?

    


(Em cima de algum museu de Lisboa, Portugal - novembro de 2022)

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    Sim! Esse título é muito pertinente porque, sem perceber, você pode estar vivendo para satisfazer expectativas que não são suas e também nem tão boas assim.

    Tendemos a pensar no lado bom quando falamos de “expectativas dos outros”, não é verdade? Dizemos por aí que tal pessoa esperava que fossemos médicos ou que nossos familiares desejavam-nos um futuro brilhante. E em muitos casos pensamos que não podemos corresponder a tais idealizações porque queremos outros rumos. Isso é comum e cotidiano e fácil de dizer que não queremos. 

    Só que nos esquecemos que existe uma outra maneira de corresponder a expectativas. Aquela que ninguém fala e cuja vertente é um pouco mais "sombria".

    Não sei se você entende o que quero dizer, mas a verdade é que existem pessoas que nem sempre aguardam o melhor de nós ou para nós. Na verdade, as vezes esperam que a gente não consiga aquele emprego ou aquela grande chance. Ou, ainda, esperam que nosso relacionamento não dê certo e  que a gente não consiga passar na faculdade. Também tem uns e outros que dizem aos quatro cantos que não somos capazes, nem bons o suficiente.  Falam que é impossível ou que jamais alcançaremos algo.

E de vez em quando a gente acredita.

E vive em prol dessas expectativas.

Evitamos tentar, evitamos melhorar, evitamos sair da zona de conforto, evitamos seguir nossos sonhos.  Porque acreditamos que não podemos. Porque cremos nessas coisas que dizem para nós e sobre nós. 

    É uma pena pensar assim, mas de vez em quando vivemos pelas expectativas dos outros e essas expectativas nem sempre são assim tão boas. De repente, nos pegamos reproduzindo aquilo que pensam de nós e nos perdemos no meio disso tudo.

    A pergunta que precisamos nos fazer, então, é: eu tenho vivido pelas expectativas de quem?

    E, de repente, quem sabe... Terapia!

sábado, 18 de junho de 2022

SOBRE AS “VERDADES” NAS QUAIS ACREDITAMOS

   


(Pão de açúcar, Rio de Janeiro, Brasil - maio de 2018)

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 Quando eu era criança, quebrei um dente da frente e foi terrível. Ele já era permanente e não havia a possibilidade de eu fazer implante porque naquela época já era bem caro e mesmo assim não tão usual. Por isso, fiz uma resina e me lembro claramente da dentista dizendo:

- "Agora você não poderá mais comer maçã do amor."

    Foi triste e provavelmente estávamos na época de festas juninas. Eu tinha uns 10 anos e, desde então, nunca mais comi maçã do amor, acredita?

    Aquilo que a profissional me disse virou uma verdade na minha vida, eu me apoiei nesse comentário bobo para não comer algo do qual eu gostava e até comecei a pensar que não gostava tanto assim. Estava negando para dizer o mínimo.

    É óbvio que a dentista não fez por mal e é óbvio que eu é que colei em mim mesma o rótulo de alguém que não come maçã do amor porque tem um dente com resina. As vezes a gente faz isso, sabe? Pega uma frase e cola na testa, como se ela fosse capaz de nos definir. Foi o que aconteceu comigo: eu acreditei em uma "verdade" descabida por anos a fio e me neguei um prazer por muito tempo.

    Mas hoje, passando pela padaria da esquina, tive um daqueles "cliques" e questionei essa verdade. Depois de tantos anos, comi maçã do amor e posso dizer que eu gostava e gosto muito desse tipo de doce. 

    E, sabe, eu não fiz implante nesse dente, ele continua do mesmo jeito. Eu é que mudei. Comi maçã do amor cortadinha, olha só, porque é o que é possível para mim hoje. Dentro da minha pequena limitação, é o que posso fazer.

    E o mais importante: comer essa maçã do amor hoje me isso me ensinou três coisas fenomenais que espero que façam sentido para você também:

1 O que nós interpretamos daquilo que nos dizem pode determinar a nossa forma de ver e viver a vida. Nem sempre é culpa do outro ou do acaso, as vezes é a gente que se limita e nem percebe.

2 É preciso cuidado com as "verdades" que optamos por acreditar. Esses rótulos que nós pegamos dos manuais diagnósticos, dos profissionais, das pessoas que nem nos conhecem... Eles não são capazes de definir quem somos, são uma pequena parte de nós que as vezes podem nos ajudar a buscar e a encontrar outras formas de viver.

3 Há sempre uma maneira de flexibilizar e percorrer novos caminhos dentro do que é possível para nós. É só observar com um pouquinho mais de atenção.

    E, de repente, quem sabe... Terapia!